Os olhares não se tocam…
As palavras mascaram-se…
Escondem-se os rasgões d’alma…
A corrida dos dias não pára…
Persigo os meus passos…
Amanhã será o primeiro dos dias…
Aquele em que me vou reconhecer e abraçar…
Ninguém ousa criar gestos vivos…
Condenações conscienciosas de viver…
Todos correm ninguém vê…
Todos gritam ninguém ouve…
Tudo gira…
Nada pára…
Nada se funde…
Nada se cria…
Jogo de egoísmos cruzados…
De infernos híbridos…
Interstícios de fantasmas vivos…
Mascaro-me e fujo de mim…
Quero sobreviver a este jogo demente…
Cubro-me de nojos e grito em silencio…
Quero matar essa tua voz que condena a criação…
Quero sangue vivo nesta tela social…
Quero dor para ter rasgos de sensações…
Quero brilhos de olhares de revolta…
Quero que me repudiem após me olharem…
Não quero que me amem de costas voltadas…
Esse amor de vidro… a mim não me toca…
Quero criar desenhos loucos e admirá-los todos os dias da minha vida…
Queimar os meus olhos neles será o despertar de sempre…
Naquela cor proibida do segredo maldito…
É lá que me vou encontrar…
E tu já olhaste para alguém hoje?
Adhara
02:05