domingo, 25 de maio de 2008

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Passeio-me por estes caminhos redondos e quadrados perdidos num mundo que sei decor…
Eis que me deparo com um detalhe fluorescente que me fascina e me faz parar…
Mais um… apenas mais um dos meus devaneios inconscientes que não controlo…
Fecho os olhos e abro-os de novo para me certificar que não é apenas mais um devaneio meu…
Dedico-lhes duas palavras e meia e sorrio por vencer o medo que o envolve…
Se eu não o olhar, se eu não o sentir perto, se eu não o quiser tocar e não o guardar para mim ele nunca me poderá reduzir, magoar, questionar ou exigir lógicas que me abandonaram à tempo demais…
Sociopata de longa data, mutante constante, sempre fui manchada pelos meus gestos “condenáveis”, perdidos na cronologia de uma mente que não pára de correr, estive sempre desencontrada com as minhas respostas e desejos de paz odiada…
Gostei de me recriar, quando o mundo estagnou…
Gostei de correr, quando isso era coisa de “menino”…
Gostei de amar, quando o mundo me esqueceu…
Gostei de olhar, quando as luzes se apagaram…
Gostei do céu, quando o seu azul se tingiu de preto…
Gostei de escutar, quando o mundo perdeu a voz…
Gostei de ver, quando as luzes se apagaram…
Gostei de escrever, quando isso era coisa que não dava para entender…
Gostei de fotografar, quando isso calava as vozes que me enlouqueciam…
Gostei de mim, quando fiquei sozinha com a minha sombra…
Olhares que matam recaem sobre mim, com mil justiças de primeiras impressões erradas, pois nem ver saber, quanto mais sentir… tão pouco… tão pouco…

Cansada de ti meu mundo…
Vejo-te de longe… amo-te desta forma tão chegada…
Tu que sempre me fizeste sentir tão ímpar…
“Reinventa-te, supera-te” e ainda assim não será suficiente…
Nada será suficiente, porque a minha mente é demasiado instável para que tal aconteça…
Se tudo o que foge do “normal” é estranho, excêntrico, condenável…
Serei uma eterna escrava desta dor solitária…
Essa sensação que arde na pele me joga no chão e me rasga a alma…
Que me faz tentar conquistar o mundo apenas porque amo cada imperfeição dele…
Condenada…
… a ser apenas uma estranha que passa…
… e que todos olham como…

Diferente.
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Peço desculpa a tudo e a todos aqueles que choco... mas... sou escrava do que sinto... das minhas emoções que são mais instinto que razão... ... ...

Desculpem o "8 ou 80"... desculpem as oscilações... mas hoje... ainda tenho medo...

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