terça-feira, 24 de junho de 2008

O sol =)


Hummm o sol… =)

Hoje…
Raios de ti beijaram-me a pele…
Despertaram-me para um novo dia…
Que abraço foi este entre nós, meu novo sol?!

De pele nua saltei sem medo, rumo ao tudo e nada…
Rumo a tudo o que posso tocar e ao nada que poderei agarrar…
Meu mar, meu sol, obrigado pois senti vida em mim…
Tomei-vos como essências e renasci...

Tu que me escaldas a pele e acordas a alma…
Tu que vives por ti e me tocas sem pedir…
Soltas gargalhadas das noites geladas, mas só eu guardo o teu segredo…
Do amor que sentes pelas cores frias do luar…
Pelo minuto de silêncio humano que a noite possui sem pedir…

Nem tudo podemos ter meu amigo…
Mas agarra as nuvens que te rodeiam…
Ama todos aqueles que vibram contigo…

Ama-te por toda a vida que proporcionas...
Pelos saltos que são dados tendo-te como testemunha…
Pelas cores com que pintas o mundo sem regra ou limite...



És fonte de renascimento…

Hoje sorrio porque tu queimaste a inércia que me consumia…


Obrigado ;) e viva ao protector solar que me protege de outras coisas e tal... =) LOL



~~~


Hoje um sorriso =)




Adhara

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Amanhã


Num segundo de mim sonhei…
Sonhei acordada que os corações falavam uma língua universal…
Dias sem fim, lutei e rejeitei o mundo que me rodeava…
Incrédula, que o amor podia destruir, criava um universo tão meu…

Hoje vejo que cada um ama de forma ímpar…
De forma singular e pessoal…
Os dias de ontem moldam essa capacidade e sentimento…
Deturpam a causa efeito e relativizam a sua intensidade…

Procurei um oásis de emoção…
Acreditei naquela imagem idealizada de perfeição…
Naquele vulto que me envolvia e ainda me prende…
Hoje rasguei as telas de ilusão…

Sou apenas uma pedra no lago que te leva à outra margem…
Nada mais sou senão escrava de uma amizade condenada pelo tempo…
Todos erguem muros seguros e sobrevivem num sorriso ameno…
Dedico-me a trepar esses muros e a acreditar que vou conseguir voar sobre eles…

Olho para o infinito embalada por uma melodia incerta…
Fecho os olhos e acredito na ideia que me embala…
Recosto-me sobre mim e abraço-me…

Eis que surge a mão de ontem, tão velha e esperada…
Vem cravar em mim mais uma vez as lágrimas perdidas…
Vem queimar a minha pele de menina…
Vem tentar fazer de mim algo inerte e insensível…
Eis que a sua força cede e eu não sinto o seu toque…
Dialectos diferentes, incompatíveis que permitem a fuga e salvação…

Quebrei a minha imagem de ontem…
Hoje sou aos olhos do mundo aquilo que fizeram de mim…
Ao mesmo tempo sou tudo o resto que sempre fui…
Escondida em mim mesma, ao alcance daqueles que me tocam…
Hoje ergui muros como os que em tempos trepei…
Venham buscar-me se conseguirem…

Amanhã um novo dia… *


Adhara

terça-feira, 17 de junho de 2008

Rasgo a pele que queima sensações…


Rasgo a pele que queima sensações…
Solto os meus véus solitários…
Agarro a minha vida e choro a seu lado…

Juro-lhe coragem e luta…
Admiro horizontes mais uma vez…
Quebro sombras com o teu olhar incandescente…

Recidiva ou não esta dor destrói e eleva aquilo que sou e serei…
Dá vida a perspectivas adormecidas nos dias de paz…
Aproxima-me e distancia-me de tudo o que amo e desprezo…

Mutante assumida, amante de mil amores e paixões…
O meu coração dilacerado grita e lateja sempre por mais…
O meu espírito caminha por entre inércias…
Prometendo um regresso mais fluorescente…

Hoje é tempo de amar cicatrizes…
De respirar sem apoios…
Hoje é tempo de acordar almas…
De sorrir sem os meus limites…
Hoje é tempo de sonhar uma vez mais…
De voar por entre os dias e de sorrir com os invisíveis…
Hoje é tempo de poisar armas e de me beijar…

Leve toque é aquele que me dedicas e que me faz renascer…
Hoje é tempo de abraçar ambiguidades…
De entender os cruzamentos de mutantes…
Hoje nasce a promessa de luta…
Hoje cresce a coragem de me voltar a encontrar…
Enquanto existir este coração que bate mais forte eu existo e luto…

Os meus anjos secretos reflectem-me no seu olhar…
Nunca os esqueço nem quando me asfixio em segredo…
Um dia eu consegui toca-los…
Um dia dei-lhes as minhas asas e soprei para que voassem…
Amanhã conseguirei voar com eles….

Assim juro lutar (/)


Adhara

Guerra de vozes


Calei a voz de ontem…
Escrevi mil odes de coragem e de aventura…
Embalei-me na crença musical dos sonhos calados…

Encontro-me “entre” aquilo que sinto e aquilo que quero sentir…

Nas manhãs de sol, os pés correm sem hesitar…
Levam-me para longe de tudo o que faz a minha alma tremer…

Chega a noite e amordaça a minha coragem…
Rasga as minhas teorias e dá vida às incertezas do meu chão…
Faz-me deslizar por entre incertezas e fundos rasos…

Caminho por entre espelhos que me olham e consomem…
Me roubam e desgastam…

Acreditei no grito que escrevi ontem…
Li-o vezes sem conta, tatuei-o em mim…
Fez-me tremer e sonhar de novo com o dia de amanhã…

Mas e a luz, onde está o meu sol, a minha luz?!
De novo escureceu, de novo caí, as luzes adormeceram…
De novo, sou eu e uma vela vacilante que teima em fazer-me tremer…

Não me consigo ler…
Não consigo ler o que diz o fundo da minha alma…
Quero as “minhas” respostas, asfixio por elas…
Desespero e quebro linhas de raciocínio….
Fecho os olhos e tento recordar-me…

O que me move?!
Qual foi a conquista do meu gesto animado de ontem?!
Qual é o fim do meu início?!
Como é a silhueta do dia que está à espreita?!
Qual será a sensação dos dias que se seguem?!
Multiplico promessas de coragem, por um segundo luz…

Preciso de me ler…
Chega de medos, traumas e indecisões…

Preciso de me agarrar, de me descobrir…
Preciso de acalmar o que grita e me fere por dentro…
Preciso de me ler e sorrir…
Preciso de me amar…
Preciso tanto de sonhar e acreditar…
Preciso de “chegar” à outra margem de mim…
Preciso descolar-me do meu reflexo depois de me olhar…
Preciso de voltar a sentir o vento mágico de um gesto largo…

Lutarei, lutarei…
Contra todas as sombras que a palma da minha mão faz sobre as minhas lágrimas…
Lutarei, lutarei…
Contra todos os medos que assombram o meu dia de amanhã…
Lutarei, lutarei…
Contra a minha metade que não controlo e que desistiu de sorrir…

Controlas lágrimas e impulsos…
Mas não vais controlar a minha luta…
És metade de mim, mas a minha alma é maior que tu e eu…

O meu sorriso será meu...





Adhara

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Sombras



Em tempos morri, renasci e morri de novo…
Em tempos chorei, acreditei e chorei de novo…
Lutas cíclicas que teimo em travar com as mãos cheias de nada…
É o meu pequeno circulo vicioso que me condena…

Provo o meu sangue e quebro-me na minha sombra…
Queimo a voz com lágrimas passadas e presentes…
Quebro a força da ilusão que respiro…
Rasgo o canto que me embala e me afasta do fim…

Escuto tão perto do meu peito, esse eco perfeito…
Consigo senti-lo, ama-lo, mas jamais conseguirei viver a seu lado…
Ténues linhas me unem à perdição e maldição diária…
Ninguém as encontra, nem eu as vou descobrir a tempo…
Por agora são amarras que me prendem e condenam…

O tempo correu…
Ontem sorri e sacudi a poeira que envolvia os meus sonhos…
Sentia-me inocente, crente, o dia de amanhã existia…
Como eu sorria, como eu sonhava e levantava voo…

Mas tudo foi parando e em pequenos e isolados segundos…
Num momento sem cor ou lugar…
Eis que o mundo me olhou de frente, logo ele que me amou e ama…
Gritou bem alto na minha direcção e ainda assim não me encontrou…
Virei sombra, rasto e lembrança…
Esse mundo que me roubou e embalou gritou mais uma vez…
Gritou palavras que não entendi, que não decifrei…
Enlouqueci com o dilema…
Olhei-o nos olhos e senti que o amava de verdade…
Que dialecto seria aquele que me separa de quem amo?!
Palavras coladas a uma cena real, envolvida numa luz controlada e exposição infinita…
Não te entendo, amo-te apenas…

Tu que me amaste, que me amas, que me roubaste…
Tu que hoje vês através de mim…
Eu não entendo o teu grito…
Estamos para sempre isolados, pois perdi-me no caminho…

Enlouqueci nas frias paredes que percorri num choro silencioso…
O meu dialecto afastou-se das frequências audíveis e perceptíveis…
Ninguém me alcança, nem eu me consigo abraçar…
Sinto um frio paralisante perto da fogueira…
Escuto ecos sem sentido que me perturbam e que me fazem correr…

Correr para longe de sonhos quebrados que atravessam a minha alma…
Que me rasgam-me o olhar…
Que me entregam-me às sombras esquecidas…

Paz aos sonhos quebrados, às crenças ilusórias…
E eis que finalmente a coragem me falha…
Eis que o amor vira ódio…
Que a coragem ergue muros isolados…

Como eu amei cada detalhe da minha vida, do meu suspiro…
Posso gritar bem alto que vivi, arrisquei e me perdi…

Perdi a razão…
Cruzei-me e aliei-me a uma sensação de dormência…
Morri para a lógica, não me sei expressar…
Falo a língua universal apenas, que todos esqueceram…
Enlouqueço em gritos que ninguém chega a escutar…
Diferentes frequências de vida, com cruzamentos, mas sem futuro…


Hoje, quero dedicar-me somente a respirar…
Estou em morte e declínio aberto…
Mas vou renascer em breve…
Porque uma vida não deve ser desperdiçada…
É das poucas crenças que me restam…

Vou desenhar algo que ninguém poderá ver, sentir ou tocar…
Ninguém vai poder roubar isto de mim…
Algo imortal na minha vida, só meu, tão meu…
Será meu…

Individualização aos olhos do mundo…
Aos meus? … guardo para mim… só para mim…



terça-feira, 10 de junho de 2008

Rastos de ti...

És o ponto que se cria, um ponto que nasce, que ilumina, que transcende o imaginário…
És um ponto de começo, um rasgo de criação neste universo inerte…
És o elo de ligação de uma luta cruzada e incessante…

És o grito por entre as sombras…
És fogo que arde, que queima, que marca, que anula e recria de novo de forma sublimada…
És reflexo do meu sonho, és desenho d’alma perfeita…

Deusa de gestos negros iluminados…
Em mutação permanente, és recriação superior...
Em destruição e elevação pessoal, és revolta contra céus e luas…

Porque corres tu atrás dessa tua sombra que te segue e persegue…
Se a tua beleza está no reflexo de um lago espelhado em ti?

Este meu olhar de menina, perdido e inocente é teu…
És quem me faz sonhar e acreditar num gesto só…
És amarra que me prende neste cais de mil lutas e recriações…
És coragem para enfrentar lutas perdidas por si só…
És um suicídio recreativo completo de coragem indissociável….
És a primeira linha da minha fluorescência...

Cada vez que a minha mão toca na tua é como se eu tocasse num sonho… tens noção da sensação que isso provoca? =’)

Obrigado por seres alguém que admiro…
Obrigado por seres alguém que adoro, venero, amo e ao mesmo tempo abraço e sinto tão perto de mim… =)
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