Em tempos morri, renasci e morri de novo…
Em tempos chorei, acreditei e chorei de novo…
Lutas cíclicas que teimo em travar com as mãos cheias de nada…
É o meu pequeno circulo vicioso que me condena…
Provo o meu sangue e quebro-me na minha sombra…
Queimo a voz com lágrimas passadas e presentes…
Quebro a força da ilusão que respiro…
Rasgo o canto que me embala e me afasta do fim…
Escuto tão perto do meu peito, esse eco perfeito…
Consigo senti-lo, ama-lo, mas jamais conseguirei viver a seu lado…
Ténues linhas me unem à perdição e maldição diária…
Ninguém as encontra, nem eu as vou descobrir a tempo…
Por agora são amarras que me prendem e condenam…
O tempo correu…
Ontem sorri e sacudi a poeira que envolvia os meus sonhos…
Sentia-me inocente, crente, o dia de amanhã existia…
Como eu sorria, como eu sonhava e levantava voo…
Mas tudo foi parando e em pequenos e isolados segundos…
Num momento sem cor ou lugar…
Eis que o mundo me olhou de frente, logo ele que me amou e ama…
Gritou bem alto na minha direcção e ainda assim não me encontrou…
Virei sombra, rasto e lembrança…
Esse mundo que me roubou e embalou gritou mais uma vez…
Gritou palavras que não entendi, que não decifrei…
Enlouqueci com o dilema…
Olhei-o nos olhos e senti que o amava de verdade…
Que dialecto seria aquele que me separa de quem amo?!
Palavras coladas a uma cena real, envolvida numa luz controlada e exposição infinita…
Não te entendo, amo-te apenas…
Tu que me amaste, que me amas, que me roubaste…
Tu que hoje vês através de mim…
Eu não entendo o teu grito…
Estamos para sempre isolados, pois perdi-me no caminho…
Enlouqueci nas frias paredes que percorri num choro silencioso…
O meu dialecto afastou-se das frequências audíveis e perceptíveis…
Ninguém me alcança, nem eu me consigo abraçar…
Sinto um frio paralisante perto da fogueira…
Escuto ecos sem sentido que me perturbam e que me fazem correr…
Correr para longe de sonhos quebrados que atravessam a minha alma…
Que me rasgam-me o olhar…
Que me entregam-me às sombras esquecidas…
Paz aos sonhos quebrados, às crenças ilusórias…
E eis que finalmente a coragem me falha…
Eis que o amor vira ódio…
Que a coragem ergue muros isolados…
Como eu amei cada detalhe da minha vida, do meu suspiro…
Posso gritar bem alto que vivi, arrisquei e me perdi…
Perdi a razão…
Cruzei-me e aliei-me a uma sensação de dormência…
Morri para a lógica, não me sei expressar…
Falo a língua universal apenas, que todos esqueceram…
Enlouqueço em gritos que ninguém chega a escutar…
Diferentes frequências de vida, com cruzamentos, mas sem futuro…
Hoje, quero dedicar-me somente a respirar…
Estou em morte e declínio aberto…
Mas vou renascer em breve…
Porque uma vida não deve ser desperdiçada…
É das poucas crenças que me restam…
Vou desenhar algo que ninguém poderá ver, sentir ou tocar…
Ninguém vai poder roubar isto de mim…
Algo imortal na minha vida, só meu, tão meu…
Será meu…
Individualização aos olhos do mundo…
Aos meus? … guardo para mim… só para mim…
1 comentário:
"Consigo senti-lo, ama-lo, mas jamais conseguirei viver a seu lado…"
conseguirás...
tal como conseguirás viver momentos de felicidade perfeita em diversos momentos...para que não te esqueças, deixo-te uma palavra k prova que é possível acreditar...Santiago =')
Mas eu sei que tu sabes...eu sei que tu sentes...um espírito irrequieto cm o teu, uma alma cheia, uns olhos cheios de sonhos...nada se apaga...nada morre para sempre...apenas se renova mais forte.
Estou ao teu lado fadinha*
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