terça-feira, 29 de julho de 2008

Rasgo a minha pele


Largo fogo à minha pele…
Rasgo os meus dias…
Perdi-me na sombra…

Por entre linhas esquecidas…
Vagueava esquecida de mim…
Atropelava os dias com pressa de viver…
E não te olhava… e não te olhava…

Um raio de sol…
Sulcado na tua face d’anjo…
Lágrimas que gritaram e destruíram a minha pele…
Rasgões momentâneos e sucessivos nesta armadura sombria…

Não esqueceste as minhas linhas d’ontem…
Desenhaste-as com tinta d’amor perante os meus olhos…
Contornos de emoção e lágrimas…
Mais que verdade e sonho…
Foram ecos que rasgaram medos…

Origem e recomeço de mim…
Renascimento de coragens esquecidas por esse olhar crente…
Rosto de sempre que me agarra e sustem…
Magia de eternidade rara…
Não esqueceste a minha luz…
Quando me deitei na escuridão…
Não olhaste para longe…
Procuraste-me nas sombras…
No teu abraço encontrei-me…
No teu olhar quis-me de volta…

Eis que paro por um momento…
Essas linhas d’ontem foram minhas…
Onde se encontra o seu começo…
Como chegou a mim o seu fim?!
E tu choras… crente no retorno da minha luz…

Escondo o meu olhar e presente…
Escondo-me de medos que me isolam…
No jogo das “escondidas d’almas”…
Perco sempre…
Grito vitória numa pele que não reconheço como minha…
Olho em redor e não sinto o calor do sol em mim…

Nesta encruzilhada incerta…
Caminhos transpostos entre o presente e o passado…
Multiplicações de cicatrizes e medos relativos…
Ontem fechei a minha alma…
Contra toda luz que me pudesse salvar…
Fugindo de todos os olhares que me pudessem julgar…
Hoje abro janelas e portas e abraço céus sem fim…

Ténue linha era essa que me impedia de me alcançar…
E era eu que tinha o lápis de faz de conta na mão…
Era eu que me desenhava presa…

Agora não… agora não…
Encontrei nova inspiração…
Coragem e força de negro dragão…
Limites e alturas vencidas por um novo sentimento…
Amarras soltas e debaixo dos meus pés…
São a base da minha vitória de luz…
Da coragem do meu sorriso presente…

Corri… corri…
Aprendi a sobreviver no mundo dos “crescidos”…
Pintei-me de vermelho e fugi pela multidão...
Falei a língua deles…
Aprendi técnicas de transparência…
Joguei mil cartadas racionais…
Dei saltos sem alma…

Porque sim… porque sim…
Porque ninguém entende um gesto largo e sem sentido…
Porque precisei provar o gosto amargo do banal…

Escondi-me da luz porque me fecharam uma janela…
Eis que do meu peito surge uma “a” luz…
Sinto-a em mim e assim rasgo a minha pele…
Eis que janelas se partem e muros se vencem…
Que mundos se multiplicam e sonhos se agarram…

Auto-suficiência ou loucura momentânea?!
Pouco importa…
Porque este grito é meu… é meu…

E é agora que o dou…
Não deixo para depois o que queima emoções…
Depois de ter marcado no meu peito quem fui…
Tatuei-me de mar e sol…

Abraço a luz que me invade quando amo um detalhe invisível…
Solto “aquele” sorriso que me abraça por inteiro…
Sinto-me d’alma leve…
Dou pequenos saltos loucos e soltos…
Largo-me numa corrida incessante por aí…

Quem me quiser conter terá de me matar…
Quem me quiser olhar terá de me descobrir…
Quem me quiser tocar terá de me abraçar em voo…
Quem me quiser amar terá de me provar que voa por si…

Não volto à terra…
Não é para mim essa realidade adormecida…

Abandono-te “MATRIX”… lol =)

Amanhã…
Um novo voo……. Solitário ou não… mas sempre meu.






Adhara

1 comentário:

Anónimo disse...

:')

Voa minha ji... sem medos nem amarras! Sê feliz nessa liberdade só tua e que só tu podes «controlar»!

Eu estarei sempre do teu lado... na nuvem mais alta a vigiar cada sorriso teu... Esse sorriso aberto que contagia qualquer um... esse brilho que aquece aqueles que tem a sorte de cruzar contigo... aqueles que como eu, descobriram em ti algo de diferente na indiferença da banalidade de outrens...

O Paraiso existe... mas só os iluminados, que tem coragem para seguir a luz e elevar a sua alma do mundo banal, o conseguem encontrar...
Posso-te garantir, ji... não há lugar mais belo no mundo... :)

Beijinho grande!

Venéro-te a ti e à tua luz! ;)

PS: e lá me fizeste chorar outra vez com as tuas palavras... :P