segunda-feira, 11 de agosto de 2008

A efemeridade temporal da palavra…


A efemeridade temporal da palavra…
Cria um vazio na voz…
Relativiza e minimiza o eco do som…

Uma distância e ilusão entre individuais…
Uma incerteza destrutiva das faces externas…
Fechem as portas, loucos corações…
A imigração do dialecto universal aconteceu…

Até onde vai o que te mora no peito?!
Vai longe demais?!
Porque tremes tu?!
Grita de uma vez!!
Sem redes fechadas de lógicas sociais….
Salta de uma vez só...
Queda livre… louca e suicida…
Quebra de uma vez essa máscara que te esconde!

Até onde vai o que te mora no peito?!
O amor morreu?!
Porque mentes tu?!
Grita de uma vez!!
Sem redes fechadas de lógicas sociais….
Salta de uma vez só...
Queda livre… louca e suicida…
Quebra de uma vez essa máscara que te esconde!

Porque existem adornos verbais?!
Porque nos escondemos atrás daquilo que nos pode libertar?!

Poder de expressão…
Gesto animado de linguagem universal…
Que se quebrem barreiras…
Que se distribuam vozes aos espectadores…

Onde pára aquilo que sentes?!
Onde começa aquilo que queres sentir?!
Que desenho em branco é o amor dos nossos dias?!
Personagens vazias e adaptadas à mão que as roubou…
Vozes caladas que nos rebentam nas mãos em silêncio…

As palavras tornaram-se na mais subtil mentira social…
Com uma palavra posso tudo e nada…
Consigo abrir e fechar portas e ainda puxar o sol até mim…
Malabarismo simbólico cheio de nada se assim eu quiser…

As palavras tornaram-se no maior medo social…
Com uma simples palavra, tu irias olhar para mim…
Conseguiria existir nos teus dias e ver-me reflectida na tua resposta…
Com uma simples palavra a minha máscara neutra ganhava cor…
Medos passados diluem a coragem na frieza da indiferença social…
E assim te fechas…
E assim nos fechamos…
E assim nos escondemos…

És para mim tudo aquilo que o meu coração grita…
É esse o poder da minha palavra…
Essa frase que não consigo dizer sem gaguejar…
Essa frase que me seca a boca e me palpita no peito…
Que me faz tremer e me lateja a alma…
Que me empurra para uma radiação emocional…

É um sol que fere se não for exposto…
Tenho de gritar o quanto moras em mim…

Posso fazer um desenho, com os teus contornes…
Posso roubar uma imagem do mundo, com a tua beleza…
Posso escrever e reescrever até que o meu espírito adormeça…
Até que um sonho me prove que sabes o que sinto por ti…
Mas nada do que eu escreva, faça ou imagine nos irá superar…
Porque tu e eu somos um sorriso que nasce sem motivo…
E para isso não há lógica ou causa-efeito…

Quero um gesto arrebatador…
Quero uma voz que queime…
Quero um roubo de emoções…
Quero desequilíbrios…
Quero guerras de aprendizagem…

Se somos o reflexo dos nossos gestos…
Se todos teimam em definições teóricas e perfeitas…
Qual é o caminho que cruza as palavras e os actos?!
Onde grita a tua e a minha emoção?!

Doce mentira solitária…
Esta que nos embala…
Que falsa verdade é a nossa?!

Onde termina a necessidade de dizer “amo-te”… ?!
Onde começa o medo da solidão?!
Encontrem-se antes de proferir palavras de “longo alcance”…
Ferem mais que balas quando são vazias…

A palavra…
Suave reflexo daquilo que nos une…
Exagerada, fria, controlada, calculada, louca ou possuída…
Que seja apenas a transparência daquilo que nos mora no peito…

Não peço nada mais que um fiel reflexo individual…
Os deuses devem estar cegos e surdos…
Pois a verdade que eles desenham é mutante e eu não sei se a quero ver uma vez mais…

Assim queimo a força e ganho o gesto…
A escrever…
A falar…
A gritar…
A sussurrar…
Sou o meu fiel reflexo…

Ama-me ou odeia-me…
Mas olha para mim…
Eu existo…
Por cima de mim não passarás…



Adhara
01:29h
11/08/08

1 comentário:

Anónimo disse...

Ainda ñ consegui reerguer as ruínas que me moram no peito...
...
Obrigado por existires na minha vida...*´
é tudo o que sou capaz de te dizer...o resto tu sentes...tu sabes...