terça-feira, 2 de dezembro de 2008

mundos


Neste mundo adormecido…
Reino dos cegos mudos da emoção…
Queima o código de honra desta prisão d’almas…
Onde os gestos só podem estar cheios de nada…
Onde as vozes não descrevem a sensação…
Onde os corpos perderam a alma…

Encruzilhadas de jogos perdidos…
Todos o jogam sem porquês…
Porque os dias se multiplicam sem doer…
Basta sobreviver, basta sobreviver…
Porque este é um voo solitário e ai de quem sonhar…

Tu e eu quebrámos o código dos demais…
Ousamos num sonho louco, que sentimos como fé…
A nossa certeza, a nossa loucura…
O nosso abraço, a nossa sensação…
Embalo de ontem, de hoje, de amanhã…

Sempre te senti no vento…
No silêncio inocente daqueles rochedos selvagens…
Sempre te senti no mar…
No rasgo de azul que me roubava confissões…
Sempre te senti no silêncio da minha noite…
No eco do meu choro inanimado de esperança…
Sempre te senti, mas um dia desisti… um dia desisti…

Na viagem dos dias soltos…
Queimei a esperança…
Quebrei-me em mil, amordacei o sonho…
Deixei de acreditar que a tua luz me iria tocar…

Eis que chegas, me abraças, me tomas…
Eis que a vida permite o sonho…
Eis que os gestos largos saem da sombra…
Eis que numa cumplicidade d’almas voltamos a voar…
Eis que nos afastamos desta gravidade banal…

Prendi-me à luz do sonho de sempre…
À luz que hoje me reina e comanda…
Por nós rasguei a minha pele…
Rasguei o frio que envolvia o meu abraço…
Enfrentei medos e fantasmas animados de cinza…

Jogamos um xadrez perfeito contra o mundo…
Porque unimos pensamentos, forças e sonhos…
Numa perfeita simbiose animada por um sonho respirado…

És a gigante que me roubou…
Que me possui e me tem em simultâneo…
Estou na palma da tua mão…
De peito aberto…
Tão tua...
Tão tua…

Mata-me agora se assim tiver de ser…
Arranca de mim a inocência que resta…
Mata-me agora se amanhã eu for desequilíbrio…
Porque as tuas lágrimas choro-as eu…
Mata-me agora porque não consigo ver-te rendida…
Antes da tua luz se render…
Mata-me mas abraça-me uma última vez…
Uma última vez que será como se fosse a primeira…
Porque a eternidade conquistou o nosso olhar…

Vida tortuosa e macabra…
Esta que sempre me arrancou sonhos e horizontes…
Que plano das trevas toma forma perante mim…

Não é uma forma, um cheiro, uma presença…
É sim um medo vermelho…
Esse que me enlouquece, que me faz ver-te partir dos meus dias…
Medo animado de tremor com lágrimas caladas…

Não posso eu quebrar o teu equilíbrio…
Não posso eu pousar a minha inconsciência momentânea nos teus ouvidos…
Não posso ou sacrifico aqui e agora a minha alma…
Rasgo os pulsos que te podem condenar…
Juro-te protecção guerreira…
Juro-te luta sem fim contra todos os teus fantasmas…
Nunca serei aliada dos negros vazios…
Antes ver-me morrer diante o nosso princípio sem fim…


02/12/08
00:38
Adhara


terça-feira, 26 de agosto de 2008

Renascimento do ar vermelho


Ar transparente…
Que saturas e limitas o meu voo…
Guardo-te debaixo das minhas asas…
A cada suspiro roubo e devolvo a tua alma com maior esperança…
Somo-te a cada sonho meu e liberto-te enfim…
Sussurro-te os meus desejos secretos, mas tu não me libertas…
Não abres essa mão que arde e queima existências…

Na batalha dos sentidos…
Suspirei até não restar sombra de ti…
O foque caiu sobre os sonhos incompletos que perdi no meio de mim…
Sem parar, suspirava pela redenção…
Sustive o meu instinto e apartei-me da tua existência…
És não mais do que uma ilusão vital sobrestimada…
Sou mais e maior que tu, eu sonho… eu sonho…

Consigo anular a gravidade que me prende a este chão morto…
Magia negra dos sentidos, apartei-me de ti ar transparente…
Os meus sonhos são aliados do vento vermelho…
Não mais preciso que entres em mim e me descrevas o que é voar…
Essas descrições aluadas pelo sol desdenhoso que me inquietaram a alma…
Foram grito de revolta para os meus sentidos…

Guardei uma porção de ti em mim…
Como memória de guerreiro das trevas…
Sublimei a tua força no meu voo singular…
Rasguei o teu pergaminho dourado…
Escrevi na mão o que sinto neste voo vermelho…

Não mais descrevam o que é voar, pois hoje eu voei…
Olhei os olhos do céu azul…
Sorri sem te deixar entrar em mim ar transparente
Tu que condenarias as minhas asas à lógica de todos que te respiram…
Irias sussurrar-me as tuas regras douradas e eu iria adormecer mais uma vez…
Acordaria num corpo pouco desperto para a luz…
Marioneta das emoções d’ontem, não mais serei dos meus sonhos d’amanhã!

Em mim não entras mais ar transparente!
Sempre me preenchi contigo…
Corri por caminhos bifurcados para merecer a tua possessão…
Tornei-te instinto, deixei-me embalar pela tua história…
Adormeci… Confiei-me a ti…

Em mim não entras mais ar transparente!
Pois não mais és que fumo negro de fogueira de homens quebrados…
Se és de todos então não te tomo como meu…
Não te roubo dos que te aceitam e amam como és…
De todos aqueles que aceitam cruzar os dias sem roubar-te um voo solitário…

Desperto do velho estado instintivo e condeno-me à loucura dos céus…
Que assim seja, será a minha primeira sensação acordada…
Foste tu que sempre me prendeste as palavras soltas que eu gritava…
Neste instante abandonas o meu corpo de uma vez…

Que desespero é este o de aprender a viver sem o que me alinhava os dias…
Enlouqueço em busca do teu corpo sem silhueta decorada…
Os olhos do céu recaem sobre mim…
Os meus já não se movem na vertical à tua passagem…
Parte do meu corpo treme, ainda dependente de ti…
Resisto e fecho-me a ti ar transparente que me prendes…

As sensações como eu as conhecia cederam ao sono inanimado…
O meu coração grita, esgotando-se na tua procura…
O meu corpo perde a animação de viver…

Eis que consigo olhar para o meu corpo…
Meio incrédula as amarras quebraram-se sem dor…
A dormência do meu espírito abandonou-me por sequência…
Olho para o pouco que fui como escrava…
Da minha mão nasce mais uma lágrima instável…

Os meus olhos fechados, vêem mais agora que as cores se apagaram…
Assimilo à velocidade da luz toda esta sensação associada…
Eis que os olhos do céu, me olham e me guiam à montanha selvagem…
No seu cume o viajante espera e desespera pela minha chegada…

Nas suas mãos encontrei um pedaço de papel amargo…
Quem me escreveria uma carta d’ódio sem selo…
A missão daquele forasteiro era cruzar a minha alma ao passado…

Eu não mais possuía um corpo para chicotear…
Não mais tinha um rosto para chorar…
A minha boca já não tinha o dom de falar o tal dialecto morto…
Os meus olhos já não se prendiam às letras suspensas…

O forasteiro olhou-me e disse:
“Tu não mais existes porque escolheste voar sem o que te alimentava a esperança, quebraste o teu tempo, agora escuta o que os meus lábios vão desenhar em ti, pois este será o nosso último encontro…”

“Nos dias d’ontem...
Pousaste noutro ser semelhante a tua fé despida de medos…
A chave da tua vida, essa deixaste-a na porta…
Foi fácil aprisionar-te em ti, não esperavas que a chave rodasse no silêncio…
Gritaste aos céus por justiça e credos d’antigamente…

Continuaste esse caminho de sonhador…
Olhaste para o verde campo e sentiste nova força…
Ergueste um malmequer perfeito aos teus olhos…
Extasiada pelo seu aroma e feitiço, permitiste-lhe um beijo…
Uma gota do teu sangue caiu suspensa no seu centro…
Manchou a sua existência ilusória e assim ele se desvaneceu diante de ti…
Ilusões de perda, choraste sem saber que nada tiveste de verdade…

A chave que morava no teu bolso esquerdo esfarrapado caiu de novo…
Olhaste em volta, gritaste contra árvores e pedras mortas…
As raízes circundantes haviam traído o teu caminho…
O mundo teria roubado a tua liberdade…
As tuas amarras apartavam-te do voo perfeito…

Os teus sonhos mendigavam pela chave perdida…
Quando te perdeste-te nas ilusões, que a esperança construía na areia…
Ilusões que o mar destruía com armas prateadas à luz do Sol…

O tempo corria e tu partiste o seu ponteiro com as armas do bolso direito…
Não mais podias esperar, o teu momento era o “imediato”…
Gritavas tu, jovem tola intempéria do equilíbrio da paz…
A emoção que te preenchia queimava-te os poros e ardia em desespero…
Sublimou-se num pesadelo, em que a vida era enganada pela morte…
O tempo fugia-lhe das mãos e corria para o abraço da madrasta…
Acordavas na insignificância da tua existência e morrias de imediato…

Em tempos juraste ter sentido demais…
Noutros gritaste não sentir jamais…
Noutros tantos desenhaste o que não conseguirias alcançar…
Nessa corrida tortuosa e infindável afogavas as frustrações do teu olhar cansado…

Foste condenada no dia em que os teus olhos se perderam na floresta…
Viste o fruto proibido, desenhaste-o no teu dia-a-dia…
Tomaram-te como louca perdida de lápis na mão…
Deram-te uma máscara banal e uma alma irrequieta…
Enfeitiçaram os teus sentidos para que te levassem ao caminho dos demais…

Porque quebraste o espelho mágico?!
Porque renunciaste ao fôlego da vida?!
Porque quiseste sobrepor-te ao ar transparente?!
Nunca pousaste o teu gesto nesse indefinido…
Nunca tiveste um abraço para te embalar nesse impasse…
Abdicaste demais neste jogo de emoções…
Porque não adormeceste?! …

As ilusões dos loucos gritam quando eles caem no sono…
Fogem quando a sua existência se cruza…
Tu moldavas os sonhos e lutavas acordada…

Que elixir dos deuses loucos possuías?!
O teu aliado era Fogo ou Terra?!
Usamos armas que separavam a carne dos sentimentos do osso da alma…
A dor cegou-te e guiou-te sem intenção à desistência?!
Não sei que quimera foi esta incerta que te guiou…
Perdoa este teu “apêndice” que arde agora em curiosidade…

Talvez seja hora de me apresentar…
Sou aquele que cedeu aos estímulos mortos…
Sou o teu coração…
O amante perdido da tua alma ( essa que te possuí por completo neste momento)…
Tentei guiar-te à indiferença para me abrires a porta uma vez mais ao meu corpo relativo…
Alma mágica essa que te colocava questões e me levava à exaustão do batimento…
No jogo dos caminhos radiados tu foste mestre suicida…
Os dados cheios do teu sangue já eram cegos e tolos…
Essa que hoje te possui por completo, essa venceu-nos a todos…

O voo solitário é teu…
A tua coragem deu vida às tuas asas…
O teu corpo já não pesa mais sobre os teus sonhos…
A tua esperança soprou-te para longe…
És do tamanho do teu gesto largo…
O ar transparente quebrou-se diante de um eclipse vermelho…

Como teu coração posso dizer-te que fui um fraco guerreiro…
O movimento animado baralhava as minhas certezas…
A minha princesa estava de costas voltadas para os meus sonhos…
O tempo guiou-me ao desespero e eu cedi ao “talvez”…

Enfim a chave abriu a porta secreta…
Tu abriste as tuas asas ao mundo…
A ampulheta perdida anulou-se de vez…
Tens agora o tempo e o gesto nas tuas mãos…
A animação do teu ser é agora controlado pela tua alma…

Cedo-te o seu gesto minha princesa guerreira…
Para me estarem a ler, morri na batalha do sono dos dias…
Nunca quis travar batalha sobre as nossas cabeças…
Mas tu sabes a verdade perdida… tu sabes o nosso propósito minha amada…

Não estás presa ao vivo, apaixona-te pelo morto também…
O tempo parou, olha sem pressas, toca sem correr…

A tua alma transparente no próximo encontro solar vai ganhar cor…
O teu corpo vai ser tomado pelo quente dos dias…
A tua aura vai erguer-se e reinar de novo…
E eu… vou poder enfim dar as mãos à tua alma como sempre sonhei…

A verdade perdida é esta mesmo…
Separamo-nos para que te descobrisses menina…
Entregamos o nosso amor ao incerto em troca desta hipótese…
Condenámo-lo ao destino animado…
Acreditámos que seríamos maiores que nós próprios…

O tempo não corre mais e…
As nossas lágrimas irão fundir-se num nascer de sol perfeito…
Prepara-te para um reencontro lamechas…
À muito que não nos tocamos…

A data… o local… o momento…
Cabe aos teus sonhos e determinação alcançá-los…
Não vivas presa a mais nada, hoje que ganhaste cor…

Que me somes o quanto antes à princesa que possuís como ser…
Que o amor nos una e nos mate juntos…

Obrigado por teres acreditado no “vale encantado” dos sonhos…
Perdoa-me por todo o desespero que te fiz provar….

Já vencemos uma batalha… shhh… és guerreira de luz que voa… ;)

Ass: O teu coração perdido”


Meia perdida, meia extasiada vejo-me ainda vestida de cor pálida…
Os meus gestos ainda meio dismetricos embalam-me…

Vou adormecer…
Não sinto peso ou obrigação…
O “tic tac” parou de vez…
Vou flutuar sobre os sonhos que se escondem dos meus dias…
Irei amarrá-los às minhas certezas…

Vou dar vida ao meu coração com a cor da minha alma…
Vou correr sem parar até juntar aquilo que creio ser…

A cruzada da minha vida……………….
A minha metade… vou agarrá-la…
Vou cruzar-me contigo forasteiro dos meus dias…

Os meus sonhos… esses… já me pertencem !!


Adhara 02:57
26/08/08

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

A verdade...


“The truth will set us free”

Durante anos corri por vales e montanhas…
Voei por céus e realidades alheias…
Abandonei-me e corri para longe de mim…
Deixei partir sensações humanas e abracei esta utopia…
Abdiquei de viver pela verdade que se escondia de mim…
Porque tudo parecia estar cheio de nada sem ela…

Queria encontrar o meu reflexo futuro…
Com o “Punhal Dourado” cravei a minha alma adormecida…
O meu futuro não poderia ser simétrico a este vazio presente…
Apressei-me a mutações disformes…
Rasguei a pele que me escondia da luz sem hesitar…
Olhei o céu como limite e abandonei a Terra…

Eis que agarro a verdade com minhas mãos de guerreira…
Eis que os meus olhos inquietos a consomem…
Eis que as minhas lágrimas de gelo a destroem…
Eis que os meus sonhos são dilacerados pelas suas linhas rectas…

Ergo o meu troféu…
Terminou a odisseia veloz…
Vozes consomem-me e eu nem as reconheço…
Não há caminho a partir desta ponte de fogo…
O meu pensamento não pode mais correr…
Os sonhos estão serenos no mar vermelho de lágrimas…

A tão sonhada Paz é minha…
Tão minha...
A caixa de Pandora com negros contornes…
Esconde a força que consome o meu corpo e espírito…
Nasce a luz que ilumina o meu caminho anulando os meus medos…

Paz de sonho e de mil guerras…
Agarrei os seus contornes e moldei-a aos meus ideais…
Venci a velha batalha conquistando uma nova guerra…

Não tenho destinatário para os meus devaneios nocturnos…
Os meus sonhos não têm horizontes agora que o amor não tem rosto…
Os meus gestos abandonados por toda e qualquer paixão perderam a força…

A iluminação que pensava vir a sentir está agora a anos de luz de mim…
A “verdade” nada me trouxe de novo…
Despiu-me de ilusões e fechou mais uma janela isolante…
Sento-me neste quarto vazio e observo a velha vela desvanecer…
Tal como a minha esperança de encontrar mais que a verdade…

Não procuro as “Verdades Perfeitas” de uma vida…
Essas não passam de escravas de mentes adormecidas…
Vassalas de teorias perfeitas, de canetas permanentes…
Alteradas como um poema enamorado e inacabado…

Não te procuro mais minha verdade…
Arrancaste de mim os sonhos da noite…
O motivo dos dias desvaneceu no nevoeiro da minha praia…

Areia salgada é esta que escorrega por entre os dedos…
Maresia é tudo o que sinto nesta minha pele nua…
Assim enclausuro a minha alma…
Condeno-a à procura intemporal do antes perdido tesouro…

Não tenho dívidas d’emoção…
Não tenho ambições ou ilusões…
Os meus sonhos morreram com o tempo de ontem…
Vivo o aqui e o agora…
Agarro o micro segundo que me faz sorrir…
Despeço-me das almas que me acompanharam na batalha…

Sou hoje guerreira de verdade nas mãos…
Despida de propósito próprio obsessivo…
Pouso a velha armadura que me protegeu e saio de mim…
Na maior viagem de todos os viajantes…
Eu vou encontrar os meus “dois pontos”…
Que darão início à descrição do tesouro que nunca tomei como meu…

No fundo deste lago mágico revejo o meu propósito…
Largo a força e abraço o leve toque que me guia…
Pedra preciosa cravada no meu peito, escondida de olhares indiscretos…
Guardar-te-ei algures no fundo de um sonho incerto…

Guerreira de mãos cansadas que sangram sem parar…
Ainda não parei de agarrar esta corda que me queima a pele...
Os sonhos que estão suspensos na sua ponta pertencem aos que amo…
A esses que me chicoteiam dia-a-dia o corpo guerreiro…
A todos eles que saturam a minha existência e me fazem querer sair de mim…
Por todos eles abraço esta guerra interior…

Que sejam concedidos desejos, sonhos e loucuras aos demais…
Que o meu corpo e pensamento sejam vítima de massacre…
Que eu saia de mim e me encontre de uma vez…
Que a nova pele permaneça e envelheça sem fugir de mim…
Que sonhos inalcançáveis me abracem e me consumam de novo…
Que eu consiga agarrar o que a minha imaginação desenha…

Que esta verdade presente que conquistei seja a minha maior mentira…
Que este vazio seja apenas mais uma cicatriz e não dogma…
Que esta dor seja ponto de começo e não um fim…
Que eu me molde a este grito de coragem que me enlouquece…

Que o amor exista ao virar “daquela” esquina…
Que o seu corpo morto desapareça diante dos meus olhos cansados…
Que a sua ressurreição seja o cerne e não apenas a envolvência...
Que o meu corpo estremeça de novo por outro…
Que a minha alma se funda ao que sempre sonhei e nunca encontrei…

O grito de Coiote guerreiro é dado com a força de mil e uma almas esquecidas…

Estou a ouvir…
Assim dou-te a minha mão…
Assim dou um novo passo nesta ponte de vento que sonhei e descobri…
Rumo ao desconhecido, sem imaginação, sem desenhos perfeitos, apenas com a esperança de um dia voltar a sonhar como “naquele” dia em que ainda não tinha a verdade queimada em mim…

02:06 h
Adhara
20/08/08

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

À luz de vela


Mão cruel é esta que me esmaga sem hesitar…
Só podia ser a mão que um dia amei…
Aquela que se entrelaçou na minha…
O meu fim terá início nessa mão…

Porque acredito em mitos que me movem…
Porque desenho os meus sonhos no céu…
Porque a minha alma não sabe estar só…
Estou destinada a essa mão que me esmaga…

Estou deitada sem forças, inanimada sem gesto de paixão…
Essa mão desfez o meu último sopro de vida…
Fez da minha esperança azul, vendaval de emoções…
Fez brincadeiras de papel com as minhas lágrimas…

Quero gritar, mas apenas sinto uma ira disforme e silenciosa…
Que me corrói, que me destrói…
Porque assim tem de ser…
Cedo por uma vez só ao que está escrito para mim…
Que dor é esta que me seca a boca e me rasga a alma?!

Assim é a minha aprendizagem…
Que me chicoteiem mais uma vez com a verdade…
Só assim ela se tornará real na minha pele…
Assim será gerada a pessoa que eu devia ser desde o inicio dos tempos…
Que as minhas lágrimas de sangue me queimem por dentro…
Que eu morra já, aqui e agora de uma vez…
Que o suspiro de menina seja enterrado…
Que se gere energia e não sonhos de papel…
Que nasçam gestos de gente crescida…
Que morra já, aqui e agora de uma vez, tudo aquilo que me desequilibra…

Com o fogo nas mãos…
Com o fogo nos gestos…
Com o fogo na alma…
Tenho de castrar este impulso que comanda o louco coração…

Mil ilusões geradas pela pressa de dar “o passo”…
O passo que nos guiará ao que o gesto solitário não alcança…
Porque queremos tudo, aqui e agora…
E a vida brinca com estes sonhos de meninos…

Loucura enigmática é esta gerada pelo ser humano…
O mundo é simples, recto, perfeito, sublime…
São os nossos gestos que nos condenam…
Não saber jogar os dados paga-se com sangue vivo…
E o tempo corre, corre…
Voa e eu continuo aqui presa em mim, presa em ti…

Estou no chão…
Olho em redor e quero ver fogo…
Consumo a minha droga hormonal passiva…
Gerada para me adormecer e anular…
Quero ver mudança… mutação… geração…!!!

Sinto-me tão fora de mim…
Mais uma pele que se rasga…
Mais um sonho que se enterra…
Mais uma lição escrita com o sangue dos meus sonhos de menina…

Assim o mundo se escurece mais um pouco diante dos meus olhos…
Assim fecho a janela e acendo uma vela só minha…
Assim fecho a porta e a minha música nasce…

Que me deixem de uma vez…
Não nasci para amar…
O meu amor não é decifrável…
Estou destinada aos jogos de sangue…
Que me deixem de uma vez…

Dêem-me uma vela e deixem-me enfim chorar.

Adhara

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

A efemeridade temporal da palavra…


A efemeridade temporal da palavra…
Cria um vazio na voz…
Relativiza e minimiza o eco do som…

Uma distância e ilusão entre individuais…
Uma incerteza destrutiva das faces externas…
Fechem as portas, loucos corações…
A imigração do dialecto universal aconteceu…

Até onde vai o que te mora no peito?!
Vai longe demais?!
Porque tremes tu?!
Grita de uma vez!!
Sem redes fechadas de lógicas sociais….
Salta de uma vez só...
Queda livre… louca e suicida…
Quebra de uma vez essa máscara que te esconde!

Até onde vai o que te mora no peito?!
O amor morreu?!
Porque mentes tu?!
Grita de uma vez!!
Sem redes fechadas de lógicas sociais….
Salta de uma vez só...
Queda livre… louca e suicida…
Quebra de uma vez essa máscara que te esconde!

Porque existem adornos verbais?!
Porque nos escondemos atrás daquilo que nos pode libertar?!

Poder de expressão…
Gesto animado de linguagem universal…
Que se quebrem barreiras…
Que se distribuam vozes aos espectadores…

Onde pára aquilo que sentes?!
Onde começa aquilo que queres sentir?!
Que desenho em branco é o amor dos nossos dias?!
Personagens vazias e adaptadas à mão que as roubou…
Vozes caladas que nos rebentam nas mãos em silêncio…

As palavras tornaram-se na mais subtil mentira social…
Com uma palavra posso tudo e nada…
Consigo abrir e fechar portas e ainda puxar o sol até mim…
Malabarismo simbólico cheio de nada se assim eu quiser…

As palavras tornaram-se no maior medo social…
Com uma simples palavra, tu irias olhar para mim…
Conseguiria existir nos teus dias e ver-me reflectida na tua resposta…
Com uma simples palavra a minha máscara neutra ganhava cor…
Medos passados diluem a coragem na frieza da indiferença social…
E assim te fechas…
E assim nos fechamos…
E assim nos escondemos…

És para mim tudo aquilo que o meu coração grita…
É esse o poder da minha palavra…
Essa frase que não consigo dizer sem gaguejar…
Essa frase que me seca a boca e me palpita no peito…
Que me faz tremer e me lateja a alma…
Que me empurra para uma radiação emocional…

É um sol que fere se não for exposto…
Tenho de gritar o quanto moras em mim…

Posso fazer um desenho, com os teus contornes…
Posso roubar uma imagem do mundo, com a tua beleza…
Posso escrever e reescrever até que o meu espírito adormeça…
Até que um sonho me prove que sabes o que sinto por ti…
Mas nada do que eu escreva, faça ou imagine nos irá superar…
Porque tu e eu somos um sorriso que nasce sem motivo…
E para isso não há lógica ou causa-efeito…

Quero um gesto arrebatador…
Quero uma voz que queime…
Quero um roubo de emoções…
Quero desequilíbrios…
Quero guerras de aprendizagem…

Se somos o reflexo dos nossos gestos…
Se todos teimam em definições teóricas e perfeitas…
Qual é o caminho que cruza as palavras e os actos?!
Onde grita a tua e a minha emoção?!

Doce mentira solitária…
Esta que nos embala…
Que falsa verdade é a nossa?!

Onde termina a necessidade de dizer “amo-te”… ?!
Onde começa o medo da solidão?!
Encontrem-se antes de proferir palavras de “longo alcance”…
Ferem mais que balas quando são vazias…

A palavra…
Suave reflexo daquilo que nos une…
Exagerada, fria, controlada, calculada, louca ou possuída…
Que seja apenas a transparência daquilo que nos mora no peito…

Não peço nada mais que um fiel reflexo individual…
Os deuses devem estar cegos e surdos…
Pois a verdade que eles desenham é mutante e eu não sei se a quero ver uma vez mais…

Assim queimo a força e ganho o gesto…
A escrever…
A falar…
A gritar…
A sussurrar…
Sou o meu fiel reflexo…

Ama-me ou odeia-me…
Mas olha para mim…
Eu existo…
Por cima de mim não passarás…



Adhara
01:29h
11/08/08

terça-feira, 29 de julho de 2008

Rasgo a minha pele


Largo fogo à minha pele…
Rasgo os meus dias…
Perdi-me na sombra…

Por entre linhas esquecidas…
Vagueava esquecida de mim…
Atropelava os dias com pressa de viver…
E não te olhava… e não te olhava…

Um raio de sol…
Sulcado na tua face d’anjo…
Lágrimas que gritaram e destruíram a minha pele…
Rasgões momentâneos e sucessivos nesta armadura sombria…

Não esqueceste as minhas linhas d’ontem…
Desenhaste-as com tinta d’amor perante os meus olhos…
Contornos de emoção e lágrimas…
Mais que verdade e sonho…
Foram ecos que rasgaram medos…

Origem e recomeço de mim…
Renascimento de coragens esquecidas por esse olhar crente…
Rosto de sempre que me agarra e sustem…
Magia de eternidade rara…
Não esqueceste a minha luz…
Quando me deitei na escuridão…
Não olhaste para longe…
Procuraste-me nas sombras…
No teu abraço encontrei-me…
No teu olhar quis-me de volta…

Eis que paro por um momento…
Essas linhas d’ontem foram minhas…
Onde se encontra o seu começo…
Como chegou a mim o seu fim?!
E tu choras… crente no retorno da minha luz…

Escondo o meu olhar e presente…
Escondo-me de medos que me isolam…
No jogo das “escondidas d’almas”…
Perco sempre…
Grito vitória numa pele que não reconheço como minha…
Olho em redor e não sinto o calor do sol em mim…

Nesta encruzilhada incerta…
Caminhos transpostos entre o presente e o passado…
Multiplicações de cicatrizes e medos relativos…
Ontem fechei a minha alma…
Contra toda luz que me pudesse salvar…
Fugindo de todos os olhares que me pudessem julgar…
Hoje abro janelas e portas e abraço céus sem fim…

Ténue linha era essa que me impedia de me alcançar…
E era eu que tinha o lápis de faz de conta na mão…
Era eu que me desenhava presa…

Agora não… agora não…
Encontrei nova inspiração…
Coragem e força de negro dragão…
Limites e alturas vencidas por um novo sentimento…
Amarras soltas e debaixo dos meus pés…
São a base da minha vitória de luz…
Da coragem do meu sorriso presente…

Corri… corri…
Aprendi a sobreviver no mundo dos “crescidos”…
Pintei-me de vermelho e fugi pela multidão...
Falei a língua deles…
Aprendi técnicas de transparência…
Joguei mil cartadas racionais…
Dei saltos sem alma…

Porque sim… porque sim…
Porque ninguém entende um gesto largo e sem sentido…
Porque precisei provar o gosto amargo do banal…

Escondi-me da luz porque me fecharam uma janela…
Eis que do meu peito surge uma “a” luz…
Sinto-a em mim e assim rasgo a minha pele…
Eis que janelas se partem e muros se vencem…
Que mundos se multiplicam e sonhos se agarram…

Auto-suficiência ou loucura momentânea?!
Pouco importa…
Porque este grito é meu… é meu…

E é agora que o dou…
Não deixo para depois o que queima emoções…
Depois de ter marcado no meu peito quem fui…
Tatuei-me de mar e sol…

Abraço a luz que me invade quando amo um detalhe invisível…
Solto “aquele” sorriso que me abraça por inteiro…
Sinto-me d’alma leve…
Dou pequenos saltos loucos e soltos…
Largo-me numa corrida incessante por aí…

Quem me quiser conter terá de me matar…
Quem me quiser olhar terá de me descobrir…
Quem me quiser tocar terá de me abraçar em voo…
Quem me quiser amar terá de me provar que voa por si…

Não volto à terra…
Não é para mim essa realidade adormecida…

Abandono-te “MATRIX”… lol =)

Amanhã…
Um novo voo……. Solitário ou não… mas sempre meu.






Adhara

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Almas de papel...


Procuram-se almas de papel…
Almas dobradas e escondidas de complexos ideais…
Procura-se a indiferença…
Sensações adormecidas e controladas…
Procura-se a mecanização emocional…
Mundo medonho e insípido…
Procura-se tudo aquilo que não aceito ou quero ser…

Eis que olhares recaem sobre mim em busca de plasticina humana…
Eis que juram que me vêem e a venda não cai dos seus olhos…
Eis que choro por ser um objecto inanimado sem alma para os demais…

Folha de papel em branco sujeita apenas a lápis de carvão…
Sem alma ou cor…
Anulam e amordaçam a minha fluorescência…
Tentam amarrar o meu espírito que voa perdido lá em cima…
Asfixiadores de sonhos e gestos largos…
Gritam os adormecidos, que a verdade lhes pertence…

Caminhos tortuosos que sempre percorri com certezas…
Eis que escorrei entre aquele e o outro passo conquistado…
Caio sobre mim mesma e sinto a textura da verdade…
Sangue de vida que mancha os meus gestos…
Vejo-me agora despida de tudo…
Coberta de vergonha pela miragem ter vencido…

O meu reflexo…
A minha voz…
O meu gesto…
Perdidos na relatividade da interpretação mundana…

Eis que desisto de me cruzar com este mundo…
O meu gesto é “este”…
Que se percam ou se encontrem nele…
Hoje fecho-me em mim…

Vou construir um mundo de “faz de conta”…
Onde só eu posso entrar…
Onde as personagens principais serão eternas…
Onde serão minhas e onde poderei chorar com e por elas…

Sensibilidades contornadas e evitadas…
Adulteradas por racionalizações de guerra…
Eis que se enterram as lágrimas…
Que se escondem os gestos…

Castração social ou cobardia individual…
Fico meia perdida quanto ao veredicto…
Sei que “ontem” morri…

O meu coração não ama, não grita, não treme…
A minha alma adormeceu, desistiu, cedeu…
As emoções estão amordaçadas por entre mil traições…
As desilusões de papel foram criadas pelos meus olhos de menina…

Não me olhem…
Não me leiam…
Não me levem…
Não me cativem…
Não me roubem…

Que se ergam muros bem altos entre nós…
Para que quem os vença seja mais que um reflexo dos meus “sonhos de menina”…

Hoje escrevo linhas ímpares…
Asfixiada na individualização emocional…
Amarrada e descrente…
Cansada e de alma no chão…
Não me concedo “uma lágrima”…

Chamo por ti e sorrio…
Por saber que a tua casa é o meu peito…
A tua existência é a minha mente…
E a tua origem é o meu coração…

Por saber que os nossos caminhos se irão cruzar…
Num dia cinzento em que o sol brilhará por entre nuvens incrédulas…
Por saber que tenho de morrer e nascer de novo para te olhar…

Só posso sorrir…
Porque existes e estás à minha espera noutro plano de mim…
Sou ponto de criação das reticências que serei…

Perco-me em erros humanos e odiáveis…
Olho à minha volta e estou rodeada de ideais suspensos…
Fico-me pela intenção, pela voz que se dissipa no vazio da mente…

Grito de guerra…
De ódio contra inércias ” d’ontem”…
Hoje morri…
Hoje morri…

Hoje nasci…
Hoje nasci….

Nova mutação… mais uma pele que assumo como minha…
Perdoem-me os adormecidos que ficam para trás…………

ADHARA
2:15 h

terça-feira, 24 de junho de 2008

O sol =)


Hummm o sol… =)

Hoje…
Raios de ti beijaram-me a pele…
Despertaram-me para um novo dia…
Que abraço foi este entre nós, meu novo sol?!

De pele nua saltei sem medo, rumo ao tudo e nada…
Rumo a tudo o que posso tocar e ao nada que poderei agarrar…
Meu mar, meu sol, obrigado pois senti vida em mim…
Tomei-vos como essências e renasci...

Tu que me escaldas a pele e acordas a alma…
Tu que vives por ti e me tocas sem pedir…
Soltas gargalhadas das noites geladas, mas só eu guardo o teu segredo…
Do amor que sentes pelas cores frias do luar…
Pelo minuto de silêncio humano que a noite possui sem pedir…

Nem tudo podemos ter meu amigo…
Mas agarra as nuvens que te rodeiam…
Ama todos aqueles que vibram contigo…

Ama-te por toda a vida que proporcionas...
Pelos saltos que são dados tendo-te como testemunha…
Pelas cores com que pintas o mundo sem regra ou limite...



És fonte de renascimento…

Hoje sorrio porque tu queimaste a inércia que me consumia…


Obrigado ;) e viva ao protector solar que me protege de outras coisas e tal... =) LOL



~~~


Hoje um sorriso =)




Adhara

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Amanhã


Num segundo de mim sonhei…
Sonhei acordada que os corações falavam uma língua universal…
Dias sem fim, lutei e rejeitei o mundo que me rodeava…
Incrédula, que o amor podia destruir, criava um universo tão meu…

Hoje vejo que cada um ama de forma ímpar…
De forma singular e pessoal…
Os dias de ontem moldam essa capacidade e sentimento…
Deturpam a causa efeito e relativizam a sua intensidade…

Procurei um oásis de emoção…
Acreditei naquela imagem idealizada de perfeição…
Naquele vulto que me envolvia e ainda me prende…
Hoje rasguei as telas de ilusão…

Sou apenas uma pedra no lago que te leva à outra margem…
Nada mais sou senão escrava de uma amizade condenada pelo tempo…
Todos erguem muros seguros e sobrevivem num sorriso ameno…
Dedico-me a trepar esses muros e a acreditar que vou conseguir voar sobre eles…

Olho para o infinito embalada por uma melodia incerta…
Fecho os olhos e acredito na ideia que me embala…
Recosto-me sobre mim e abraço-me…

Eis que surge a mão de ontem, tão velha e esperada…
Vem cravar em mim mais uma vez as lágrimas perdidas…
Vem queimar a minha pele de menina…
Vem tentar fazer de mim algo inerte e insensível…
Eis que a sua força cede e eu não sinto o seu toque…
Dialectos diferentes, incompatíveis que permitem a fuga e salvação…

Quebrei a minha imagem de ontem…
Hoje sou aos olhos do mundo aquilo que fizeram de mim…
Ao mesmo tempo sou tudo o resto que sempre fui…
Escondida em mim mesma, ao alcance daqueles que me tocam…
Hoje ergui muros como os que em tempos trepei…
Venham buscar-me se conseguirem…

Amanhã um novo dia… *


Adhara

terça-feira, 17 de junho de 2008

Rasgo a pele que queima sensações…


Rasgo a pele que queima sensações…
Solto os meus véus solitários…
Agarro a minha vida e choro a seu lado…

Juro-lhe coragem e luta…
Admiro horizontes mais uma vez…
Quebro sombras com o teu olhar incandescente…

Recidiva ou não esta dor destrói e eleva aquilo que sou e serei…
Dá vida a perspectivas adormecidas nos dias de paz…
Aproxima-me e distancia-me de tudo o que amo e desprezo…

Mutante assumida, amante de mil amores e paixões…
O meu coração dilacerado grita e lateja sempre por mais…
O meu espírito caminha por entre inércias…
Prometendo um regresso mais fluorescente…

Hoje é tempo de amar cicatrizes…
De respirar sem apoios…
Hoje é tempo de acordar almas…
De sorrir sem os meus limites…
Hoje é tempo de sonhar uma vez mais…
De voar por entre os dias e de sorrir com os invisíveis…
Hoje é tempo de poisar armas e de me beijar…

Leve toque é aquele que me dedicas e que me faz renascer…
Hoje é tempo de abraçar ambiguidades…
De entender os cruzamentos de mutantes…
Hoje nasce a promessa de luta…
Hoje cresce a coragem de me voltar a encontrar…
Enquanto existir este coração que bate mais forte eu existo e luto…

Os meus anjos secretos reflectem-me no seu olhar…
Nunca os esqueço nem quando me asfixio em segredo…
Um dia eu consegui toca-los…
Um dia dei-lhes as minhas asas e soprei para que voassem…
Amanhã conseguirei voar com eles….

Assim juro lutar (/)


Adhara

Guerra de vozes


Calei a voz de ontem…
Escrevi mil odes de coragem e de aventura…
Embalei-me na crença musical dos sonhos calados…

Encontro-me “entre” aquilo que sinto e aquilo que quero sentir…

Nas manhãs de sol, os pés correm sem hesitar…
Levam-me para longe de tudo o que faz a minha alma tremer…

Chega a noite e amordaça a minha coragem…
Rasga as minhas teorias e dá vida às incertezas do meu chão…
Faz-me deslizar por entre incertezas e fundos rasos…

Caminho por entre espelhos que me olham e consomem…
Me roubam e desgastam…

Acreditei no grito que escrevi ontem…
Li-o vezes sem conta, tatuei-o em mim…
Fez-me tremer e sonhar de novo com o dia de amanhã…

Mas e a luz, onde está o meu sol, a minha luz?!
De novo escureceu, de novo caí, as luzes adormeceram…
De novo, sou eu e uma vela vacilante que teima em fazer-me tremer…

Não me consigo ler…
Não consigo ler o que diz o fundo da minha alma…
Quero as “minhas” respostas, asfixio por elas…
Desespero e quebro linhas de raciocínio….
Fecho os olhos e tento recordar-me…

O que me move?!
Qual foi a conquista do meu gesto animado de ontem?!
Qual é o fim do meu início?!
Como é a silhueta do dia que está à espreita?!
Qual será a sensação dos dias que se seguem?!
Multiplico promessas de coragem, por um segundo luz…

Preciso de me ler…
Chega de medos, traumas e indecisões…

Preciso de me agarrar, de me descobrir…
Preciso de acalmar o que grita e me fere por dentro…
Preciso de me ler e sorrir…
Preciso de me amar…
Preciso tanto de sonhar e acreditar…
Preciso de “chegar” à outra margem de mim…
Preciso descolar-me do meu reflexo depois de me olhar…
Preciso de voltar a sentir o vento mágico de um gesto largo…

Lutarei, lutarei…
Contra todas as sombras que a palma da minha mão faz sobre as minhas lágrimas…
Lutarei, lutarei…
Contra todos os medos que assombram o meu dia de amanhã…
Lutarei, lutarei…
Contra a minha metade que não controlo e que desistiu de sorrir…

Controlas lágrimas e impulsos…
Mas não vais controlar a minha luta…
És metade de mim, mas a minha alma é maior que tu e eu…

O meu sorriso será meu...





Adhara

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Sombras



Em tempos morri, renasci e morri de novo…
Em tempos chorei, acreditei e chorei de novo…
Lutas cíclicas que teimo em travar com as mãos cheias de nada…
É o meu pequeno circulo vicioso que me condena…

Provo o meu sangue e quebro-me na minha sombra…
Queimo a voz com lágrimas passadas e presentes…
Quebro a força da ilusão que respiro…
Rasgo o canto que me embala e me afasta do fim…

Escuto tão perto do meu peito, esse eco perfeito…
Consigo senti-lo, ama-lo, mas jamais conseguirei viver a seu lado…
Ténues linhas me unem à perdição e maldição diária…
Ninguém as encontra, nem eu as vou descobrir a tempo…
Por agora são amarras que me prendem e condenam…

O tempo correu…
Ontem sorri e sacudi a poeira que envolvia os meus sonhos…
Sentia-me inocente, crente, o dia de amanhã existia…
Como eu sorria, como eu sonhava e levantava voo…

Mas tudo foi parando e em pequenos e isolados segundos…
Num momento sem cor ou lugar…
Eis que o mundo me olhou de frente, logo ele que me amou e ama…
Gritou bem alto na minha direcção e ainda assim não me encontrou…
Virei sombra, rasto e lembrança…
Esse mundo que me roubou e embalou gritou mais uma vez…
Gritou palavras que não entendi, que não decifrei…
Enlouqueci com o dilema…
Olhei-o nos olhos e senti que o amava de verdade…
Que dialecto seria aquele que me separa de quem amo?!
Palavras coladas a uma cena real, envolvida numa luz controlada e exposição infinita…
Não te entendo, amo-te apenas…

Tu que me amaste, que me amas, que me roubaste…
Tu que hoje vês através de mim…
Eu não entendo o teu grito…
Estamos para sempre isolados, pois perdi-me no caminho…

Enlouqueci nas frias paredes que percorri num choro silencioso…
O meu dialecto afastou-se das frequências audíveis e perceptíveis…
Ninguém me alcança, nem eu me consigo abraçar…
Sinto um frio paralisante perto da fogueira…
Escuto ecos sem sentido que me perturbam e que me fazem correr…

Correr para longe de sonhos quebrados que atravessam a minha alma…
Que me rasgam-me o olhar…
Que me entregam-me às sombras esquecidas…

Paz aos sonhos quebrados, às crenças ilusórias…
E eis que finalmente a coragem me falha…
Eis que o amor vira ódio…
Que a coragem ergue muros isolados…

Como eu amei cada detalhe da minha vida, do meu suspiro…
Posso gritar bem alto que vivi, arrisquei e me perdi…

Perdi a razão…
Cruzei-me e aliei-me a uma sensação de dormência…
Morri para a lógica, não me sei expressar…
Falo a língua universal apenas, que todos esqueceram…
Enlouqueço em gritos que ninguém chega a escutar…
Diferentes frequências de vida, com cruzamentos, mas sem futuro…


Hoje, quero dedicar-me somente a respirar…
Estou em morte e declínio aberto…
Mas vou renascer em breve…
Porque uma vida não deve ser desperdiçada…
É das poucas crenças que me restam…

Vou desenhar algo que ninguém poderá ver, sentir ou tocar…
Ninguém vai poder roubar isto de mim…
Algo imortal na minha vida, só meu, tão meu…
Será meu…

Individualização aos olhos do mundo…
Aos meus? … guardo para mim… só para mim…



terça-feira, 10 de junho de 2008

Rastos de ti...

És o ponto que se cria, um ponto que nasce, que ilumina, que transcende o imaginário…
És um ponto de começo, um rasgo de criação neste universo inerte…
És o elo de ligação de uma luta cruzada e incessante…

És o grito por entre as sombras…
És fogo que arde, que queima, que marca, que anula e recria de novo de forma sublimada…
És reflexo do meu sonho, és desenho d’alma perfeita…

Deusa de gestos negros iluminados…
Em mutação permanente, és recriação superior...
Em destruição e elevação pessoal, és revolta contra céus e luas…

Porque corres tu atrás dessa tua sombra que te segue e persegue…
Se a tua beleza está no reflexo de um lago espelhado em ti?

Este meu olhar de menina, perdido e inocente é teu…
És quem me faz sonhar e acreditar num gesto só…
És amarra que me prende neste cais de mil lutas e recriações…
És coragem para enfrentar lutas perdidas por si só…
És um suicídio recreativo completo de coragem indissociável….
És a primeira linha da minha fluorescência...

Cada vez que a minha mão toca na tua é como se eu tocasse num sonho… tens noção da sensação que isso provoca? =’)

Obrigado por seres alguém que admiro…
Obrigado por seres alguém que adoro, venero, amo e ao mesmo tempo abraço e sinto tão perto de mim… =)
...

domingo, 25 de maio de 2008

Hide


Passeio-me por estes caminhos redondos e quadrados perdidos num mundo que sei decor…
Eis que me deparo com um detalhe fluorescente que me fascina e me faz parar…
Mais um… apenas mais um dos meus devaneios inconscientes que não controlo…
Fecho os olhos e abro-os de novo para me certificar que não é apenas mais um devaneio meu…
Dedico-lhes duas palavras e meia e sorrio por vencer o medo que o envolve…
Se eu não o olhar, se eu não o sentir perto, se eu não o quiser tocar e não o guardar para mim ele nunca me poderá reduzir, magoar, questionar ou exigir lógicas que me abandonaram à tempo demais…
Sociopata de longa data, mutante constante, sempre fui manchada pelos meus gestos “condenáveis”, perdidos na cronologia de uma mente que não pára de correr, estive sempre desencontrada com as minhas respostas e desejos de paz odiada…
Gostei de me recriar, quando o mundo estagnou…
Gostei de correr, quando isso era coisa de “menino”…
Gostei de amar, quando o mundo me esqueceu…
Gostei de olhar, quando as luzes se apagaram…
Gostei do céu, quando o seu azul se tingiu de preto…
Gostei de escutar, quando o mundo perdeu a voz…
Gostei de ver, quando as luzes se apagaram…
Gostei de escrever, quando isso era coisa que não dava para entender…
Gostei de fotografar, quando isso calava as vozes que me enlouqueciam…
Gostei de mim, quando fiquei sozinha com a minha sombra…
Olhares que matam recaem sobre mim, com mil justiças de primeiras impressões erradas, pois nem ver saber, quanto mais sentir… tão pouco… tão pouco…

Cansada de ti meu mundo…
Vejo-te de longe… amo-te desta forma tão chegada…
Tu que sempre me fizeste sentir tão ímpar…
“Reinventa-te, supera-te” e ainda assim não será suficiente…
Nada será suficiente, porque a minha mente é demasiado instável para que tal aconteça…
Se tudo o que foge do “normal” é estranho, excêntrico, condenável…
Serei uma eterna escrava desta dor solitária…
Essa sensação que arde na pele me joga no chão e me rasga a alma…
Que me faz tentar conquistar o mundo apenas porque amo cada imperfeição dele…
Condenada…
… a ser apenas uma estranha que passa…
… e que todos olham como…

Diferente.
______________________

Peço desculpa a tudo e a todos aqueles que choco... mas... sou escrava do que sinto... das minhas emoções que são mais instinto que razão... ... ...

Desculpem o "8 ou 80"... desculpem as oscilações... mas hoje... ainda tenho medo...

sábado, 17 de maio de 2008

a FORÇA do nosso "jogo"...

Uma música que me desperta...
Que me toca de uma forma que ainda não entendi na totalidade...
Uma letra de força... de mudança... de incerteza...
Um "jogo" que roda e roda sem parar e que não me deixa chegar a mim...
Porque no fundo tudo e nada somos... e ainda me tento encontrar nessa relatividade complexa...

Fica aqui a partilha desta "música bonita" com contornes de Força para mim...
Escutem-na mas acima de tudo sintam e entendam "a letra"... que é o cerne daquilo que vos quero mostrar...



O Jogo - Tiago Bettencourt & Mantha

Mais um dia em vão no jogo em que ninguém ganhou...
Dá mais cartas, baixa a luz e vem esquecer o amor...
És tu quem quer...
Sou eu quem não quer ver que tudo é tão maior...
Aqui está frio demais pra apostar em mim...

Vê que a noite pode ser tão pouco como nós...
Neste quarto o tempo é medo e medo faz-nos sós...
És tu quem quer...
Mas eu só sei ver que o tempo já passou e eu fugi...
Que aqui está frio demais pra me sentir...
Mas queres ficar?

Tudo o que é meu...
É tudo o que eu... Não sei largar...
Queres levar...
Tudo o que é meu...
E tudo o que eu... Não sei largar...
Vem rasgar o escuro desta chuva que sujou...
Vem que a água vai lavar o que me dói...
Vem que nem o último a cair vai perder...

Tudo o que é meu...
É tudo o que eu... Não sei largar...
Queres levar...
Tudo o que é meu...
E tudo o que eu... Não sei largar...
Vem rasgar o escuro desta chuva que sujou...
Vem que a água vai lavar o que me dói...
Vem que nem o último a cair vai perder...

Não... vai perder...

Não... vai perder...


Não... vai perder...

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Não acabou... vai começar... pois acabou de terminar!!


Num gesto cobardemente corajoso, escondo-me, arrisco-me e jogo os meus últimos dias neste suicídio presente…


Loucura que me embala… que me joga de encontro a sonhos distantes…
Não sei medir o que me move… não sei pesar e controlar o que me mora no peito…
Retardamento social ou simples mutação emotiva, não sei do que a minha alma padece!
Sei que não me encaixo, não me encontro, não me diluo nesta sociedade que me divide, que me quebra e que me leva mais além nas minhas largas corridas.

Sou sempre um pedacinho mais do que aquilo que o mundo consegue suportar, digo, sinto, acredito e "existo" sempre um pouco demais… afugento os desertores da fé diária, os cobardes sociais, os fugitivos "banais".

Nada mais sou senão um corpo deambulante, uma alma persistente e naturalmente isolada…
Pouco sou… nada devia ser… para poder descansar sobre mim mesma…

Medos de ontem e um presente apagado nos erros de sempre… como sempre… como sempre… e para sempre!
Paz à minha alma que há-de morrer... que morra a lutar nesta luta presente, passada e futura, que morra por si… mas que não adormeça como as que a rodeiam…

Que morra desta forma eterna para que eu morra num sorriso eterno...

Palavras de fogo, convicções relativizadas por um mundo obcecado por um amor individual desmedido…
Em tempos sonhei alto, hoje sonho tão pouco e ainda assim os meus sonhos são descobertos, violados e quebrados em mil fantasmas esquecidos de dias assombrados.

Os erros, os fatais erros, as facadas psicológicas que me aplicam, nada mais são do que reflexos da minha disparidade emocional dos restantes…

Grito por entre mil lágrimas por não entender aonde pertenço e no fundo não sei se devo pertencer ou entender algo como tanto desejo…
"Gostava" de ser por um segundo como os demais que sentem, engolem, digerem e caminham… num sorriso constante... só para entender um pouco melhor esse gosto "insípido" que viciou os meus "amores"...
São Guerreiros do silêncio, com armaduras de sombra e no fundo vivem num mimetismo social perfeito.
Não os invejo, não os admiro, apenas posso dizer que não me revejo neles.

Interruptores sensoriais seriam a resposta "mágica" para muitas das minhas “birras” existenciais que teimo em gravar em mim, a ferro e fogo.

Pergunto-me até quando, até onde uma alma pode ir e resistir?

Mutante… é o que sou….
É como me sinto… reinvento a minha forma de “amar” a cada segundo pela paixão que sinto ao ver esse “teu” gesto imperfeito nos meus dias…
Perdão por não respeitar os limites estipulados por esta sociedade educadamente controlada.

Já quebrei os limites…

Saí de mim…

Vi o que há depois do horizonte….

Fascinei-me e assim me entreguei…


Paz à minha alma como a conheceram… hoje sou mais… hoje estou convicta do meu caminho… por entre lágrimas reais, vivo numa certeza abstracta solitária.

Loucura?! Talvez... mas minha... é o que me resta...


Um dia perguntaram-me se eu me lembrava de como era amar… sim esse amor que todos conhecem ou pensam conhecer… a tal relação de mulher+homem, sim esse amor…
Fechei os olhos… procurei dentro de mim… e senti-me morta…
Paz à minha alma pois já não me lembro de como é amar desse jeito… o tempo roubou de mim essa lembrança... apagou... recalcou... para conseguir prosseguir...

Puro mecanismo de compensação... de sobrevivência...


Hoje amo as individualidades não carnais dos seres de luz que se aproximam da minha alma, que me tocam de alguma forma e que me fascinam…
Por um segundo são meus... carrego-os nas minhas mãos e elevo-os com o meu coração... por um segundo são meus... mas deixo-os livres... sempre livres... pois o meu amor reside no seu voo perfeito...

Não limito quem amo, o mais contido será sempre quem irá sufocar primeiro, será sempre quem irá quebrar-me primeiro de uma forma originalmente cruel.


Hoje respeito o momento, pois é muito mais que a simples ilusão de uma "eternidade" perfeita perdida num tempo que ninguém consegue sentir na verdade...


Sou escrava de sensações, daquelas imperceptíveis aos olhos de muitos, daquelas tolas que ninguém nota... são essas que me roubam o sorriso e me embalam na promessa de Paz... são essas que destacam os meus mil "amores"...


Paz à minha alma pois se apenas o "outro" amor é compreendido e desmedido neste mundo… então hoje morri…
Sou apenas uma emoção radiada, que se divide por entre mil almas…

Mutante… Um simples mutante…

….

quinta-feira, 20 de março de 2008

Sensações


Olá…
(um olá bem atrasado eu sei… mas tive de refazer o mapa dos meus pensamentos para conseguir reunir este “bando” de novas palavras que descrevessem um pouco melhor o rumo dos meus passos…)
Estive afogada em exames, asfixiada no tempo veloz que fugia dos meus dias, estive enfurecida com o relógio que insistia em brincar com a minha necessidade de o parar… (sacana gozão! lol) e por isso preferi não escrever… a minha cabeça estava tão concentrada… tão objectiva, tão 1+1=2 e que graça isso tem?! Lololol... Optei por deixar acumular todos os pensamentos e gritá-los agora… de uma forma bem relativa para que poucos fossem aqueles que os percebessem de verdade… (lol)

Mas…
Enfim… RESPIRAR…
Enfim… SENTIR o vento…
Enfim… ESCUTAR o silêncio…
Enfim… OLHAR o invisível…
Enfim… enlouquecer de felicidade com os pormenores que nos fogem das rotinas…
=) assim SIMMMM sinto PAZ… =)

Os sonhos multiplicaram-se, encontram-se diluídos nos mil sorrisos que nascem e gritam em mim e para mim… adicionei-lhe coragem… loucura e esperança… ~
Misturei tudo muito bem e ainda tive a maluqueira de juntar “força de viver”, a solução tem uma fórmula bem complexa e não parece ter fim aparente =)…

Hoje apetece-me descrever o que sinto sobre... ora bem… TUDO…
Ok ok…eu sei que isto me empurra para uma infinidade de linhas pouco objectivas e sem lógica aparente… mas que fazer?! =)
Tenho uma série de pensamentos esvoaçantes a pairarem neste momento na minha cabecinha de vento… e apetece-me gritar todos eles… são pensamentos de dias anteriores que ficaram marcados…

Então aqui vai uma série de segredos…
> Gosto quando uma mulher espelha no olhar uma plenitude de força e coragem sem parecer uma convencida qualquer (thanks Alicia… lolol… acabei de sair do teu concerto!!!)
> Gosto que me achem “estranha”… porque é bom destacar-me do que odeio, da “banalidade”… ahahah não gostam?! =/ Obrigadoooo… lolol =) !!!
- Sorrio sim por todos aqueles que me guiam os passos e me iluminam os sorrisos…
- Não preciso de gestos forçados que tendem a nascer de objectivos deturpados e parasitas… ;) No thanks!!!
> Nestes dias/meses sinto que cresci… porque nestes dias de sombras rodeada de livros e aprisionada em 4 paredes… pude sempre sonhar acordada com o que queria fazer nos dias de liberdade que me esperavam… pude sempre pensar porque não tinha prestado mais atenção à cor do que não consegui ver de verdade… aos sons que não consegui escutar por estar em estado de “sensação adormecida”…
Estes dias de “prisão” foram tão importantes… neles consegui traçar um plano demente de objectivos relativos, que tanto me fazem sorrir nos dias de hoje…
Hoje sinto-me em paz… =) apetece-me sorrir… confiante no que o dia de amanhã me reserva… seja bom ou mau… aceito-o…
- Como um jeito de mutação às minhas fraquezas…
- Como uma metamorfose mágica que me ilumina um pouco e me complica mais ainda =)

Se há dia que testaria as leis da física e tentaria voar… esse dia era hoje… era agora… era já!!! Sinto-me… wow… sinto-me livre… livre para tudoooo…
Libertei-me de correntes de “ontem” que me prendiam a todas as minhas… como lhes chamar?! Parvoeiras infantis… (talvez… lol)

> Se sou o que sinto… então porque desejava ser o que via?!
> Se sou o reflexo da minha alma… então porque não aceitava a minha luz?!

Ai de mim que tudo tinha e tudo largava… hoje AGARRO… e GUARDO para mim… bem fundo… bem escondido… só meu… e sim é teu também… o meu reflexo é teu se eu te sentir “aqui”… da maneira mais irracional e imprevisível possível, mas a essência é minha… =) porque cada linha de mim é agora desenhada com os meus lápis de cor… bem pequeninos (imaginem os lápis do ikea versão a cores… lolol ahahah) mas são meus… gritam as minhas cores… e amo-os por isso… não pedi nenhum emprestado… não me inspirei em linhas passadas ou em linhas vizinhas para me criar de novo… para ser sincera até fechei os olhos para me desenhar da forma menos corrompida possível…. E hoje sinto-me na pela de uma identidade originalmente MINHA…
Ok ok confesso… o vento é um inimigo à altura… que teimou sempre em roubar-me um beijo e uma sensação… e que sol teimoso é aquele que me cede calor e que me altera a cor com os seus raios mentirosos de mil humores saltitantes…

Ok já me desviei do tema… mas qual era o tema?!
Oppps… eu avisei que hoje não estava muito “presente”…
Opppps…. Lá esvoacei mais um pouco… e agora aqui vai um sussurro…

Shhhhhhhhhhh…
Chega mais perto…
Shhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh…
Sabes o que te quero segredar? …………………. É que me sinto FELIZ…

E que suicídio é este que cometo ao proferir tamanha palavra… mas é como me sinto… não de uma forma plena ou eterna… mas sim como uma sensação terna presente… é como me sinto neste momento… neste segundo… e devo escrever depressa antes que essa sensação me fuja por entre os dedos… e a alma me rebente nas mãos em mil incertezas de ontem… e uma lágrima venha roubar-me a convicção e atenuar as cores que o meu coração pintou com tanta coragem…

Shhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh…
Não contes a ninguém que me sinto “assim”… =) guarda para ti… que eu guardo para mim… e assim sorrimos … não sozinhos mas em sintonia… =)

Pouco sentido tem tudo o que escrevi… e nem título consigo bem lhe dar…

Fica apenas este desabafo… aqui…
Registado como uma sensação “boa”… =)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

O último dia antes do primeiro... =)

Hoje é o último dia dos meus "inconscientes 21 anos"... tudo passou tão depressa... wow nem dei pelo tempo passar... : ainda ontem estava a fazer "birra" por querer banalidades de crianças... e hoje dou por mim a escrever complexidades sobre elas que nem eu própria entendo no fundo... daí dizer "inconscientes", de forma ternurenta =) ... (lol)
Ainda tenho cerca de 1001 projectos por concretizar...
Cerca de 1002 sonhos de voos altos e arriscados por satisfazer... =)
Cerca de 1003 sensações novas por descobrir...
Cerca de 1004 erros por cometer para aprender com eles... e construir-me à medida que o tempo me faz chorar e cair sem entender porquê... porquê "agora"... porquê "desta forma"... porquê "eu"?!
E sorrio por isso...
SORRIO por me sentir viva...
SORRIO por mim... por ti... e por "ele/a"...
SORRIO por tudo o que acontece na minha vida alinhar o meu presente com os meus sonhos futuros...
SORRIO porque com os meus erros apenas o meu sangue é derramado...
SORRIO porque aprendi nestes anos a abraçar-me e agora sei abraçar de verdade quem amo...
SORRIO porque hoje não me sinto só nesta armadilha solitária chamada "vida"...
SORRIO porque sorris para mim...
SORRIO porque à noite quando tento encontrar-me com a minha consciência ela já está a descansar em paz...
SORRIO porque tenho amigos...
SORRIO porque tenho uma Família (com F grande :) lolol)...
SORRIO porque estou no trilho dos meus sonhos... cada vez mais perto de os agarrar...
SORRIO porque gosto de o fazer.... e volto a sorrir ainda sem terminar o sorriso anterior...
SORRIO porque embora chore há marcas de luz nas minhas lágrimas...
SORRIO porque sei amar...
SORRIO porque vou amar...
SORRIO porque em 21 anos sempre fiz, senti e corri na direcção que o meu coração apontava em segredo...

Hoje é o meu último dia... antes do meu verdadeiro primeiro... :')
Amanhã... esperam-me novos sonhos... novas teorias... novos pensamentos... novos sentimentos... novos amores... novas sensações... novos voos... nova vida...
O corpo é o mesmo... as "leis" de vida e a silhueta da minha alma serão sempre eternas e imutáveis... tudo o resto que me circunda... me afoga e me eleva... tudo sofre mil mutações desesperando-me e ao mesmo tempo quebrando a monotonia dos dias, fazendo-me sonhar mais uma vez...

Amo viver... nasci para o fazer... :') Assim vou continuar... dia após dia...

Obrigado a todos aqueles que despertam em mim uma simples "sensação"... graças a todos vocês... sinto-me VIVA!!!!


[Até amanhã... :) eheh já vou ser ligeiramente "maior" lol mas nunca do tamanho dos meus sonhos :p isso nuncaaaaa :) eles têm de ser sempre maiores para me conseguirem elevar bem altooooo!!! lololol] =D

sábado, 19 de janeiro de 2008

O começo...


Olá... aqui estou... para começar algo que à muito se iniciou dentro de mim...

Aqui vou fazer mil colagens de luz... com tudo o que penso... com tudo o que sonho... com tudo o que ouso sentir... com banalidades do dia a dia... com leis e teorias da minha vida...

Despida de objectivos, preconceitos ou racionalizações neste blog vou colar e re-colar letras, imagens e sentimentos até que um sorriso, uma lágrima ou um grito me desperte deste meu estado latente, que me entorpece a alma e me faz sentir tão pouco.

[Dedico este blog... às pessoas que mais me fazem sorrir... que são a força da minha vida... particularmente a 2 meninas que fazem parte de mim (Nana&Ji) e a outra menina que me deu alento para o iniciar... (Dany)... =) eheh um obrigado ENORME... por tudo...]